Síndrome de Guillain Barré na criança

Durante o crescimento do bebê, o afeto da mamãe soma com os cuidados que ele recebe nas diferentes fases do seu desenvolvimento como nos primeiros passinhos e palavras que ele pronuncia sendo um motivo de muita alegria para os familiares.  

Porém, há imprevistos que podem surgir durante esse processo afetando a saúde da criança e mudando toda rotina da família. A assistente administrativa, Maurisa Alves dos Santos Vargas, 36, presenciou esse dilema no seu filho Pedro, 4, uma criança saudável que da noite para o dia não conseguiu mais andar.

Em 2018, ele foi diagnosticado com Síndrome de Guillain Barré, uma doença rara. Embora, um dos sintomas seja parecido com a Sinovite Transitória no Quadril que a criança também para de andar, essa síndrome leva o paciente a um quadro mais elevado com tratamento mais rígido. Maurisa relata como tudo aconteceu. “Há um ano atrás eu vivia o maior sofrimento da minha vida. Eu não tinha noção do que era sofrer. E de repente estava eu ali, passando por aquela provação… meu príncipe, meu Pedro foi dormir bem, saudável como sempre foi e acordou sem andar. Desespero, choros, piora, tomografias, ressonâncias, exames e mais exames. Até o diagnóstico. Síndrome de Guilhan Barre”, disse.

O pequeno Pedro se recuperando da doença

De acordo com o Ministério da Saúde, a Síndrome de Guillain Barré atinge de 1 a 4 indivíduos a cada 100 mil habitantes com faixa etária de 20 e 40 anos sendo que 5% a 15% dos casos podem evoluir e levar o paciente a óbito.

Ela surge quando o sistema imunológico que é o sistema de defesa do próprio corpo começa a atacar parte do sistema nervoso do indivíduo. Com isso, prejudica o funcionamento de vários órgãos incluindo os nervos.  Algumas infecções estão relacionadas a essa doença e a mais comum é a Campylobacter que causa a diarreia.   

Entre os principais sintomas está a fraqueza muscular que inicia pelas pernas.  Na medida em que progride pode chegar no tronco, braços e até mesmo na face. Assim, a pessoa pode ter redução ou até mesmo ausência de reflexos. 

A Síndrome de Guillain Barré possui vários graus de agressividade que vai desde uma leve fraqueza muscular podendo chegar até a paralisia total dos quatro membros.  O tratamento também varia de acordo com o grau. Maurisa explica como procedeu esse processo no seu filho.

“Nunca tinha ouvido falar nesse nome, nessa doença, e depois de 1 semana no hospital estávamos com o diagnóstico. Fomos pra UTI. E a cada dia ia perdendo mais os movimentos, e aquela dor, como desejei que fosse minha, como chorei, como me desesperei”, lembra.

Hoje, Pedro se recuperou dos sintomas causados pela síndrome. Muitas foram as sessões de fisioterapia e etapas que ele passou para recuperar os movimentos. “Nunca tive fé na fisioterapia. E hoje dou valor em cada pequeno movimento de um fisioterapeuta, meu pequeno príncipe fez jus ano nome. Meu Pedro foi forte como uma pedra, reaprendeu tudo de novo. Começou a sentar de novo, a engatinhar, a dar passinhos.  Logo ele que já era todo independente. Mas nunca perdemos a fé. Hoje meu Pedro é a maior resposta das minhas orações”, relata.

A Síndrome de Guillain Barré é rara em crianças, mas quando ela se manifesta na fase infantil é considerada menos grave. A esperança levou a um recomeço na vida de Maurisa, mãe do Pedro, que proporcionou novas alegrias e a certeza que ele voltará a ter uma vida normal.  Assim, ela agradece. “Obrigada Senhor por ter cuidado tão bem da gente”, finaliza.

Reportagem escrita por Eliane Honorato

Eliane Honorato é Jornalista, formada na PUC-Campinas, possui experiência como correspondente internacional, repórter em mídias impressas e digitais. É assessora de imprensa no e-commerce Petit Papillon Bebê & Criança.

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